domingo, 6 de dezembro de 2015


                             

         





                                        
 Estudos e reflexões sobre o Texto “A maquinaria escolar” (Julia Varela; Fernando Alvarez-Uria)

      O texto nos traz a reflexão sobre a maquinaria escolar no século XIV, XV e XVI onde as crianças eram vistas como adulto, desde a vestimenta, festas, jogos até o trabalho infantil. E com a leitura proposta é possível constatar que a criança era tida como uma espécie de instrumento de manipulação ideológica dos adultos e, a partir do momento em que elas apresentavam independência física, eram logo inseridas no mundo adulto. A criança não passava pelos estágios da infância estabelecidos pela sociedade atual. Outro fator importante era que a socialização das crianças durante a Idade Média não era controlada pela família, e a educação era garantida pela aprendizagem através de tarefas realizadas juntamente com os adultos. Sob forte influência da igreja. A igreja elaborava programas educativos a fim de doutrinar jovens dentro de um contexto missionário.

     A infância começa a configura-se a partir do século XIV e a compreensão a  respeito da infância, é algo muito recente na história da humanidade, tendo sido influenciada determinantemente por questões moralistas e cristãs, conforme apontam os estudos de Varella e Alvarez-Uria, transcritos no texto “A Maquinaria Escolar," escrito em 1992.

     De acordo com Áries, as crianças eram vistas nos séculos XIV, XV e XVI como um adulto em miniatura, sem emoções ou razões que justificassem sua existência. Eram inseridas na sociedade de qualquer forma, sem levar em consideração as poucas possibilidades que sua estrutura física e mental tinha para determinadas tarefas, ou seja, a criança vivia misturada ao mundo adulto de tal maneira que não havia diferença quanto a forma de vestir, jogos, atividades, aprendizagens e até mesmo, em relação ao mundo do trabalho.

     Mais tarde aparecem as fases do desenvolvimento humano principalmente a infância e suas características começam a ser compreendidas e na visão do historiador isto foi um grande avanço. Entendemos que após esse longo período de “não existência da infância” percebe-se a necessidade de uma nova postura para com estes novos membros da sociedade, do séc XVI ao XVIII, a partir das novas famílias que surgiam, viu-se a necessidade de ver com outros olhos essas crianças de forma que ao separá-las e isolá-las dos adultos, ficava mais fácil educar com propósito que desejassem. Onde começamos entender a formação da infância ligada as classes sociais, com a família moderna e práticas educativas voltadas à necessidade de programas do governo. Nesta abordagem também temos a  influencia religiosa dos jesuítas que trouxe o ensino, lutando por modificações e substituições de métodos.

     Criou-se a escola, para ser um ambiente que se ocupava em reter essas crianças e adolescentes e lhes ensinar o que era preciso aos olhos dos governos. Mesmo diante dessas mudanças, até a entrada do séc. XIX as crianças pobres ainda tinham muito de igual aos adultos, ainda eram cobradas e ajudavam no trabalho e se vestiam como adulto.

     No séc. XIX que surge com mais força essa concepção de bebê, aquele ser plenamente dependente da família. Segundo Ariès o sentimento entre a família para com as suas crianças, seus bebês só aparece no início do séc. XIX.

     Atualmente, a criança parece se situar como um sujeito que detêm seu espaço na sociedade, um indivíduo exigente, questionador, possuidor de mercado consumidor, leis, programas televisivos e ciências dedicadas a elas. E conclui-se que a ideia de infância é extremamente moderna.

 

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICOS: 


*VARELA, Júlia & ALVAREZ-URIA, Fernando. A Maquinaria Escolar. In: Teoria e educação, 6, 1992 (p. 01 – 17), disponível em: https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1350700/mod_resource/content/2/A%20Maquinaria%20Escolar.pdf .

 

*Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e legislação correlata. 9 ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2007. Disponível em:

Um comentário:

  1. Que tal, Tânia? Pois então! Interessante a gente conseguir perceber todas essas etapas para podermos refletir. É preciso adequar nossas práticas para poder contemplar os objetivos da escola para os dias de hoje atingindo o perfil de aluno que se tem. Concordas? Continua escrevendo Tânia. Tu escreves muito bem. Faça isso com mais frequência e sistematicamente que estamos te acompanhando e estás construindo um excelente instrumento de troca e formação de opinião. Estás na web, muitos professores podem começar a te ler. Parabéns! Abraço, Betynha, Jacque e Professor Rafael (Equipe do Seminário Integrador - Turma D)

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